Hoje assisti There Will Be Blood, de Paul
Thomas Anderson. Após terminar o filme, o que primeiramente me passou
pela cabeça foi: por que demorei tanto para conhecer a cinematografia do
Anderson? Em suma, o filme é excelente. Contudo, o que me põe os dedos ao
teclado não é somente um comentário superficial acerca de um filme de 2007.
Enquanto ouvia Bach,
distraidamente, e passava os olhos por notícias desinteressantes no site da
Folha de S.Paulo, me deparei com a seguinte pauta: Mulheres usam redes sociais para contestar bandeiras do feminismo. Li a matéria (e recomendo
que os leitores façam o mesmo) e anotei as bandeiras que mais me chamaram a
atenção: vitimização da mulher e intolerâncias religiosas e sexistas.
No próprio texto da Folha,
referencia-se o fato de que questionamentos ao complexo de vítima dentro do
feminismo não é algo recente. Limito-me, porém, a tomar a ideia de vitimização
da mulher, dentro do movimento Women
Against Feminism, como uma reação à luta por direitos da mulher na
contemporaneidade. Explico-me: no Ocidente tem-se uma notável igualdade constitucional
entre os gêneros, então, qual a razão de ser do feminismo atualmente? Dado o
fato que vivemos em uma utopia onde as leis (e seus devidos cumprimentos) e as
relações humanas se complementam, ao invés de se degladiarem, é realmente
difícil entender essas feministas (feminazistas).
Quanto às intolerâncias do
feminismo, novamente, a própria matéria da Folha traz dois comentários
interessantes. Primeiro, o feminismo, como movimento intelectual sério que é, é
objeto de ampla ignorância do grande público (quem nunca ouviu o comentário “não
sou feminista. Eu sou amiga dos homens”?); segundo, o feminismo, como movimento
intelectual sério que é, possui diversas correntes de pensamento – existem feminismos.
Não expresso aqui uma defesa
integral do feminismo, afinal, todo movimento deve receber críticas; caso
contrário, deixaria de ser um movimento. Contudo, a satisfação de muitas
mulheres com o contexto sócio-político em que vivem me gera grandes
questionamentos. Acabo este texto por aqui, ao deixar mais uma referência
importante: o tumblr do Women Against Feminism.
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