terça-feira, 23 de setembro de 2014

Antifeminismo (leia-se outra corrente do feminismo)

Hoje assisti There Will Be Blood, de Paul Thomas Anderson. Após terminar o filme, o que primeiramente me passou pela cabeça foi: por que demorei tanto para conhecer a cinematografia do Anderson? Em suma, o filme é excelente. Contudo, o que me põe os dedos ao teclado não é somente um comentário superficial acerca de um filme de 2007.
Enquanto ouvia Bach, distraidamente, e passava os olhos por notícias desinteressantes no site da Folha de S.Paulo, me deparei com a seguinte pauta: Mulheres usam redes sociais para contestar bandeiras do feminismo. Li a matéria (e recomendo que os leitores façam o mesmo) e anotei as bandeiras que mais me chamaram a atenção: vitimização da mulher e intolerâncias religiosas e sexistas.
No próprio texto da Folha, referencia-se o fato de que questionamentos ao complexo de vítima dentro do feminismo não é algo recente. Limito-me, porém, a tomar a ideia de vitimização da mulher, dentro do movimento Women Against Feminism, como uma reação à luta por direitos da mulher na contemporaneidade. Explico-me: no Ocidente tem-se uma notável igualdade constitucional entre os gêneros, então, qual a razão de ser do feminismo atualmente? Dado o fato que vivemos em uma utopia onde as leis (e seus devidos cumprimentos) e as relações humanas se complementam, ao invés de se degladiarem, é realmente difícil entender essas feministas (feminazistas).
Quanto às intolerâncias do feminismo, novamente, a própria matéria da Folha traz dois comentários interessantes. Primeiro, o feminismo, como movimento intelectual sério que é, é objeto de ampla ignorância do grande público (quem nunca ouviu o comentário “não sou feminista. Eu sou amiga dos homens”?); segundo, o feminismo, como movimento intelectual sério que é, possui diversas correntes de pensamento – existem feminismos.
Não expresso aqui uma defesa integral do feminismo, afinal, todo movimento deve receber críticas; caso contrário, deixaria de ser um movimento. Contudo, a satisfação de muitas mulheres com o contexto sócio-político em que vivem me gera grandes questionamentos. Acabo este texto por aqui, ao deixar mais uma referência importante: o tumblr do Women Against Feminism.

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