quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sexo, matemática e prevenção

Navegando pelo site da Carta Capital, li um artigo sobre aborto escrito pela Clara Averbuck. Nele faz-se referência a um estudo publicado no jornal do New York Times, no qual se analisa a probabilidade de uma mulher engravidar durante o uso, por uma década, de um determinado método contraceptivo.
A própria matéria do NY Times menciona o fato de que, mesmo que o risco de uma ação acontecer (gravidez, no caso) seja muito pequena, a repetição dela no tempo aumenta a probabilidade de falha.
Como exemplo, o uso da camisinha masculina durante dez anos gera 86 grávidas a cada cem mulheres.
Outro detalhe probabilístico não mencionado é que o uso de dois métodos concomitantemente diminui a chance de falha. Minha namorada e eu tínhamos (estou solteiro no momento) como estratégias contraceptivas a pílula e a camisinha masculina. Nas aulas de matemática da escola se ensina que a probabilidade de dois eventos independentes acontecerem é a multiplicação entre as probabilidades de cada um. Se a chance da camisinha masculina falhar, no decorrer de dez anos, são 86%, e da pílula, 61%; a chance de ambas falharem, quando usadas juntas, é de 0.86 x 0.61 x 100%, isto é, 52,46%.
Vale notar que os valores altos apontados buscam descrever um uso típico dos métodos, isto é, a forma desleixada que as pessoas se agarram aos milagres da ciência esquecendo-se que tudo que é mal feito não gera os melhores resultados.
O uso perfeito da camisinha, durante dez anos, tem 18% de chance de falha, e a pílula, 3%. A probabilidade de ambas falharem seria 0.18 x 0.03 x 100%, o que dá uma probabilidade de 0,54% de ocorrer uma gravidez indesejada.
Usar os métodos contraceptivos de forma perfeita é algo difícil, contudo, a melhora advém da prática. Sexo é bom. Sexo seguro, melhor.

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