domingo, 21 de setembro de 2014

Arte e conscientização

Ontem assisti ao ótimo filme de Jean-Marc Vallée, Dallas Buyers Club (2013); ou, no Brasil, Clube de compra Dallas. A história discorre acerca de um eletricista que se vê como portador do vírus HIV e como ele, mesmo em toda sua ignorância e preconceitos, torna-se uma notável figura na busca da humanização dos que, como ele diz, estão casados com o mesmo vírus que ele.

Matthew McConaughey interpretando o protagonista do filme, Ron Woodroof. Sua atuação lhe garantiu a estatueta do Oscar por melhor ator.

Como não quero estragar a experiência cinematográfica de ninguém, não me estenderei a mais acerca do filme. O que me põe os dedos sobre o teclado, na verdade, é uma reflexão que me ficou ao fim do longa.

O provável é que a maioria dos leitores já teve, em seus tempos escolares, campanhas de conscientização acerca da AIDS. Palestrantes argumentavam como devíamos usar camisinha et cetera e tal. Fatos estes que eu já conhecia muito bem antes de a escola julgar que seus jovens estavam preparados para ouvirem sobre sexo. O ponto é: quão eficiente seria, quando comparada à estratégia comum das escolas, a exibição de um filme como o de Vallée a adolescentes que estão às portas (quando já não puseram um ou dois pés) da vida sexual?

O interessante é que não é a primeira vez que me questiono algo nessa linha. Quando assisti Requiem for a dream (2000), do Darren Aronofsky, também me questionei se este filme seria uma boa campanha antidrogas.

Antes que alguém chegue à incorreta conclusão de que proponho uma reforma educacional ou algo do tipo, não, esse não é meu intuito. Este texto, na verdade, é carente de propostas. Tenho plena noção de que os dois longas citados não são os mais leves possíveis, em muito sentidos. Em suma, o que importa é a reflexão; não somente acerca das políticas de conscientização das escolas, mas, também, a respeito da influência que a arte pode ter sobre os jovens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário