Ontem assisti ao ótimo filme de Jean-Marc Vallée, Dallas
Buyers Club (2013); ou, no Brasil, Clube de compra Dallas. A história discorre
acerca de um eletricista que se vê como portador do vírus HIV e como ele, mesmo
em toda sua ignorância e preconceitos, torna-se uma notável figura na busca da
humanização dos que, como ele diz, estão casados com o mesmo vírus que ele.
Matthew McConaughey interpretando o protagonista do filme, Ron Woodroof. Sua atuação lhe garantiu a estatueta do Oscar por melhor ator.
O provável é que a maioria dos leitores já teve, em seus
tempos escolares, campanhas de conscientização acerca da AIDS. Palestrantes
argumentavam como devíamos usar camisinha et cetera e tal. Fatos estes que eu
já conhecia muito bem antes de a escola julgar que seus jovens estavam preparados
para ouvirem sobre sexo. O ponto é: quão eficiente seria, quando comparada à
estratégia comum das escolas, a exibição de um filme como o de Vallée a
adolescentes que estão às portas (quando já não puseram um ou dois pés) da vida
sexual?
O interessante é que não é a primeira vez que me questiono
algo nessa linha. Quando assisti Requiem for a dream (2000), do Darren
Aronofsky, também me questionei se este filme seria uma boa campanha antidrogas.
Antes que alguém chegue à incorreta conclusão de que proponho
uma reforma educacional ou algo do tipo, não, esse não é meu intuito. Este
texto, na verdade, é carente de propostas. Tenho plena noção de que os dois
longas citados não são os mais leves possíveis, em muito sentidos. Em suma, o
que importa é a reflexão; não somente acerca das políticas de conscientização
das escolas, mas, também, a respeito da influência que a arte pode ter sobre os
jovens.
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